quarta-feira, outubro 27, 2004


“O que Laura lamenta, o que mal pode aturar, é o bolo. Ele a constrange, mas não pode renegá-lo. É apenas açúcar, farinha e ovos – parte do encanto de um bolo é sua inevitável imperfeição. Sabe disso; claro que sabe. Mesmo assim, esperava criar algo melhor, mais significativo do que aquilo que produziu, apesar de ter saido lisinho, com o parabéns bem centralizado. Ela quer (admite para si mesma) um bolo de sonho em forma de bolo verdadeiro; um bolo investido de um inegável e profundo sentido de conforto, de abundância. Queria ter feito um bolo que varresse as dores do mundo, ainda que só por uns tempos. Queria ter feito algo maraviloso; algo que teria sido maravilhoso mesmo para aqueles que não a amam. Fracassou. Bem que gostaria de não se importar. Há alguma coisa, ela pensa, de errado consigo mesma.”

4 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Gente, esse bolo engorda, não ? Agora que voltei aos 66 kg (depois dos 80 kg em que me encontrava) ler seu texto não me deu vontade de comer bolo. E eu achei isso incrível, porque vc descreve esse bolo maravilhosamente bem. Bju

quarta-feira, abril 27, 2005  
Blogger Mariana said...

eh do livro sim, Lui...

quarta-feira, abril 27, 2005  
Anonymous Anônimo said...

http://br.groups.yahoo.com/group/reticenciasdopensamento/

Felipe Jordani e Daniela Landin convidam todos os alfabetizados a multilar o lirismo, sacramentar o pieguismo e abraçar o mundo cão na construção desconstrutiva de textos coletivos. Masturbem-se.

quarta-feira, abril 27, 2005  
Anonymous Anônimo said...

Isso é das horas? Parece, não que eu tenha lido o livro, mas sabe, a cena...

Mas acontece, no fundo, que na mão da criança certa, todo bolo varre as dores do mundo.

quarta-feira, abril 27, 2005  

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